o tríptico, ou o 1+2


Neste projecto, a escolha do tríptico prende-se com o facto de o olhar poder correr facilmente as três imagens num leitura linear e simples, o espectador coloca-se de frente para o "painel" central e os olhos procuram linhas de continuidade e/ou complementaridade na periferia do olhar, isto é, nos painéis laterais. Este modelo é recorrente desde o Renascimento, período importante para o entendimento da História da Pintura e, consequentemente, dos objectos de cariz visual. O século XIV foi um marco importante para uma primeira teorização de temas ligados à representação visual — o legado da teoria da perspectiva renascentista chega-nos até hoje como uma referência chave.

Segundo os pressupostos renascentistas, o tríptico não é uma articulação linear de três imagens, é sim, uma ênfase em dada imagem central em que as laterais funcionam como secundárias. A leitura não parte do lado direito (como no mundo ocidental) nem do lado esquerdo (mundo oriental), o olhar foca no centro e divaga pelos painéis laterais para complemento dessa leitura.

Este projecto, enquanto tríptico, nasce desta ideia de que o olhar orienta-se para uma imagem específica prosseguindo para outra se algo o "chamar".

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