1ºdto


1ºdto from Joana Bernardo on Vimeo.

a narrativa: outros projectos


Este trabalho é o culminar de um ano dedicado ao tema da edição audiovisual enquanto construtora e desconstrutora de linhas narrativas.

Composto por três fases, as primeiras duas partes do projecto foram desenvolvidas em grupo. A primeira fase consistiu na produção de um trabalho teórico — A Narrativa: (des)construção da (des)construção. Seguiu-se um estudo de caso sobre o filme Tarnation de Jonathan Caouette.

Este blogue é um registo documental da terceira fase em que cada elemento do grupo desenvolveu um projecto pessoal no âmbito da experimentação dos pressupostos estudados.

Estes são os projectos desenvolvidos por outros elementos do grupo:
Where did the shots come from? Mariana Fernandes
Pára, pára e marca esse sítio Mariana Veloso
Ni Dilli Rui Silveira
metapaisagens (13.30) Teresa Nunes

atractores de atenção: estratégias


O objecto final deste projecto, consistindo num tríptico audiovisual, testa várias estratégias para evidenciar o papel da edição como atractora de atenção.

Enumerando algumas estratégias:
_jogos temporais (sincronização, dessincronização, delay, ...)
_a repetição de pequenos fragmentos de vídeo
_a associação e dissociação som/imagem
_a concordância e discordância formal das imagens (a composição enquanto método de destaque de determinado momento)
_intercalar de imagens de acções com ritmos diferentes criando um "padrão" audiovisual
_ o som enquanto direccionador do olhar (utilização do som para pontuar momentos-chave)

referências: projectos e artistas


isaac julien
baltimore 2003
bruce mau stress 2002
rachel reupke ida e volta: ficção e realidade — infrastructure 2002
peter campus agenesis
stan douglas
pedro ortuño site oficial
bill viola site oficial the sttoping mind
james coleman projected images 1972-1994
joão onofre pas d'action 2002
julien rosefeldt stunned man

o tríptico, ou o 1+2


Neste projecto, a escolha do tríptico prende-se com o facto de o olhar poder correr facilmente as três imagens num leitura linear e simples, o espectador coloca-se de frente para o "painel" central e os olhos procuram linhas de continuidade e/ou complementaridade na periferia do olhar, isto é, nos painéis laterais. Este modelo é recorrente desde o Renascimento, período importante para o entendimento da História da Pintura e, consequentemente, dos objectos de cariz visual. O século XIV foi um marco importante para uma primeira teorização de temas ligados à representação visual — o legado da teoria da perspectiva renascentista chega-nos até hoje como uma referência chave.

Segundo os pressupostos renascentistas, o tríptico não é uma articulação linear de três imagens, é sim, uma ênfase em dada imagem central em que as laterais funcionam como secundárias. A leitura não parte do lado direito (como no mundo ocidental) nem do lado esquerdo (mundo oriental), o olhar foca no centro e divaga pelos painéis laterais para complemento dessa leitura.

Este projecto, enquanto tríptico, nasce desta ideia de que o olhar orienta-se para uma imagem específica prosseguindo para outra se algo o "chamar".

objectivos gerais


Criar um objecto audio-visual a partir de três ecrãs reflectindo sobre o modo como podemos controlar a leitura de uma narrativa através de atractores visuais e sonoros.

Pretende-se responder às seguintes perguntas:
_Perante três imagens, o que nos faz prestar atenção a uma em particular?
_Como se articulam umas com as outras a nível temporal/formal/narrativo?

introdução


A multiplicidade de imagens permite uma maior exploração da linha narrativa e, principalmente, da linha temporal que a descreve. Focando no papel do espectador, a activação do dispositivo narrativo faz-se sempre de uma maneira pouco controlado em que as associações, dissociações, sentido da leitura ou mesmo a escolha de certas imagens em detrimento de outras dependem quase exclusivamente de quem percepciona.

Coloca-se a questão: de que modo podemos nós, “construtores de sentido” controlar este processo de percepção perante uma multiplicidade de escolhas e caminhos narrativos?